23/04/2015

Crônicas

LATIM

Parte II
Mors é o seu nome e será por toda a eternidade. Ao contrário do que todos
pensam ele sempre anda vestido com roupas coloridas, calças vermelhas e camisetas
com estampas floreadas, anda descalço para sentir a natureza. Ele era tão alto e belo.
Sua presença trás paz, mas ao mesmo tempo tristeza.
- Olha, é o Mors.
Em sinal de respeito muitos baixam a cabeça, alguns em sinal de medo, tem
aqueles que apenas o ignoram.
- Grande coisa, é apenas o Mors.
Mors sempre sorrindo, não há tempo ruim, não há nada que tire aquele
sorriso irritante do seu rosto. E mesmo nos dias mais cinzas ele anda rindo a toa na rua,
e saia gritando:
- Bom dia!
Muitos se assustavam com um louco gritando bom dia em um dia chuvoso,
mas quando o viam apenas baixavam a cabeça.
- É o Mors.
Mors sorrindo feito um bobo parou na calçada ao lado de um homem bem
vestido. Usava um terno preto bem alinhado, o rosto bem liso e aparentava não ter nem
30 anos. Mors o olhou e lhe deu um sorriso cheio de dentes.
- Chegou a sua hora.
O homem sem saber nada deu o primeiro passo para atravessar a rua, já que
o sinal tinha acabado de fechar. Antes de chegar ao outro lado o homem bem vestido
olha para trás e vê Mors parado no mesmo lugar lhe acenando e antes de se virar ele é
pego de surpresa por um carro que vinha na contra mão e o acerta em cheio.
Mors satisfeito com a cena da meia volta e vai embora. Aos curiosos que
saem em socorro daquela corpo sem vida resta apenas dizer:
- Isso é coisa do Mors.
       
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